JEAN CARNE
Por décadas, a voz de Jean Carne tem sido uma parte crucial do cenário musical americano, unindo gerações de artistas de Jazz, Gospel e R&B. Como artista solo, vocalista de apoio e técnica vocal, ela contribuiu e colaborou com nomes como Norman Connors, Doug Carn, Dexter Wansel, Phyllis Hyman, Lonnie Liston Smith, Michael Jackson e muitos outros. Aos 74 anos, ela não mostra sinais de desaceleração.
Muitos reconhecerão Carne por seu trabalho no início dos anos 1970, ao lado de seu então marido Doug Carn, para o aclamado selo Black Jazz. Durante essa era de criatividade afrocentrada, o trabalho da dupla se encontrou no centro do ponto de convergência entre a década anterior de jazz e o terreno fértil que viria à frente. Sem as restrições de gênero ou estrutura, artistas como Carne, em seus lançamentos pelo Black Jazz, começaram a explorar e reinterpretar, dando continuidade à tradição da música jazz como um meio de reinvenção.
Esse mesmo pensamento imaginativo pode ser seguido na produção solo de Carne. A partir do final dos anos 1970, ela lançou uma série de álbuns que convidavam os fãs de Disco, Soul e Jazz a se entregarem e encontrarem alívio em suas declarações ácidas de fé, perda e amor na pista de dança. Seu trabalho com arrangers icônicos como Dexter Wansel e Norman Connors a viu expandir o Philly Sound com sua mistura de canto Jazz e Gospel, um som que seria continuado por uma das muitas cantoras que treinou: Phyllis Hyman, Natalie Cole, Patrice Rushen e Chaka Khan.
As habilidades vocais de Jean Carne permaneceram como padrão entre seus colegas por décadas. "Free Love", a faixa de abertura de seu álbum de estreia, foi uma favorita do mestre do House Ron Hardy, que frequentemente tocava sua versão remixada da música no Music Box em Chicago. Ela foi sampleada por artistas como Brand Nubian, Ari Lennox, Madlib e Larry June.
Sua colaboração de 1990 com Lonnie Liston Smith, "Star Flower", se tornou um ícone da cena Jazzdance no Reino Unido. Cantoras de jazz contemporâneas, como Cecile McLorin-Salvant, vêm da mesma tradição de mesclar e entrelaçar Jazz e Gospel.
JID012 representa o legado de Carne como uma empresária musical e é um testemunho do poder da colaboração, da influência das tradições musicais afro-americanas na cultura pop e da capacidade do Jazz de ser uma energia comunitária.